quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Barriga internacional

O caso de Paula Oliveira trouxe novamente à tona, as dificuldades enfrentadas por brasileiros no exterior.

No dia nove de fevereiro, a TV Globo anunciou que a advogada brasileira havia sido agredida por um grupo de skinheads enquanto conversava com a mãe ao celular e falava em português. Durante o ataque, os agressores teriam marcado o corpo de Paula com as letras SPV, partido político considerado xenófobo. Dez dias depois, a mídia divulgava reportagens dizendo que a advogada teria admitido ter feito declarações falsas à polícia de Zurique.


Ainda que Paula tenha confessado que ela mesma foi a responsável pelo suposto atentado, é constante o número de brasileiros que são vítimas de violência no exterior.

O mais grave de todos os casos envolvendo brasileiros é, sem dúvidas, o de Jean Charles de Menezes, que foi morto numa estação de metrô em Londres, ao ser confundido com um terrorista árabe, em julho de 2005. A polícia britânica foi responsabilizada pela morte do imigrante.



Outro assunto que foi bastante discutido após o incidente com a advogada brasileira, foi a existência das “barrigas” na mídia brasileira. No jargão jornalístico, dá-se o nome de barriga a uma notícia falsa, divulgada sem a devida apuração.

A barriga rendeu conseqüências ao país no exterior. O Ministro das Relações Internacionais, Celso Amorim, fez críticas a Suíça – país onde ocorreu o caso. Segundo ele, o ataque contra Paula foi “grave” e “chocante”.


O caso da brasileira na Suíça não foi o único exemplo de barriga na mídia brasileira. Quem não se lembra da Escola Base? A barriga destruiu a vida de várias pessoas inocentes. Falta cautela aos jornalistas. Parece que alguns jornalistas se preocupam mais em dar a notícia em primeira mão do que confirmar se, realmente, o fato é verídico.

“Isso é uma vergonha”, como diria Boris Casoy, um dos grandes jornalistas do Brasil.

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